quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber.

Mesmo quando só melancolia
Viver só traz desarmonia
Sem amor pra suportar viver
Mesmo quando a casa é oposto ao que é bem viver
E choras sem saber bem por que foi, sente
Estás farto de uma vida que não tem valor
E de certa nostalgia que não te deixa em paz!


A cada dia que passa a convivência está pior, eles não se acertam.
Tudo é motivo de discussão, ela está farta disso!
Ela está esgostada, não há outra palavra para descreve-la.
Sente-se a criança gordinha e desajeitada que foi .
Tem medo das coisas, sente-se insegura, sente-se mal.
A acusam de coisas que ela não faz, ela briga e não adianta, então chora.
Sempre a mesma coisa você não tem emprego, você não tem força de vontade,  você corre, é mimada, você é gorda, não gosta nem de você a culpa é minha que te dei demais.
Você não vai fumar,  eu não te dou mais dinheiro, você não vai a festa com o seu namorado, você não vai fazer curso a noite, quer me matar?
E aí dela se não seguir as ordens, é ofendida, maltratada, humilhada.
Escuta frequentemente: " Você tem que ir embora, seu tempo aqui já acabou, já fiz tudo por você!"
Ela faz tudo por todos, está sempre pronta e só escuta besteiras, e quando tenta argumentar sobre sua boa vontade escuta: " Você sempre joga isso na nossa cara, não precisamos de você, vai procurar um lugar pra você morar!"
Ela sente-se a pior pessoa do mundo, chora, sente vontade de morrer, olha para os calmantes em seu armário tem vontade de tomar todos, mas não tem coragem, embora tenha certeza que ninguém sentirá sua falta.
E ainda conversam sobre a vida dela com todos, ela odeia isso, não acha que ninguém precisa saber o que ela passa, mas eles não acham isso, a vida dela tem que ser um livro aberto, mas quando vai falar dos problemas deles é chamada de boa de bacia, no minímo contraditório.
É cobrada por tudo e por todos, tudo tem que ser do jeito deles.
Que assim seja!
Em sua garganta permace um nó, ela está no quarto tentanto concluir seu TCC e escuta uma nova discussão, estão discutindo sobre ela, na frente de estranhos, sobre o peso dela, de como está gorda.
Ela deita-se na cama, encolhe-se como um feto e chora.
Não sabe o que fazer, desajeitada, desmotivada.
Ela vai tentando sobreviver, um dia após o outro em sucessivos dias cinzentos!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Angustia!


Ela está cansada como sempre, isso não é novidade!
Não atura mais pessoas solicitando sua atenção, ela precisa de um tempo pra ela, para cuidar dela, das coisas dela, da vida dela!
Não consegue mais dar satisfação de sua vida, não quer mais justificar nada à ninguém , quer tomar as suas decisões, viver a sua vida!
Está cansada dos pais, do namorado, dos parentes!
Ela quer uma vida tranquila!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Uma constante tristeza!

Ela não consegue estabelecer uma conversa com os pais.
Ela sente-se como uma estranha em sua casa!
Sente um vazio enorme em sua alma.
Para pra pensar e vê que não tem nada, que sua vida é construída em um monte de arreia que ao menor sopro tuda desaba.
Ela sente um enorme vazia, nada faz sentido, não tem vontade de nada por ela ficava jogada na cama olhando pro nada, pensando em nada.
Nada, é o que ela é, é o que sua vida é, nada de amor, nada de carinho, nada de felicidade, nada de vitórias, conquistas, sucesso.
Nada de nada!
Seus dias são sucesivamente cinzentos, só angustia, dor, tristeza, ela até luta para afastar os pensamentos pessimistas, mas, não consegue!
Nada lhe dá prazer, ela vive com um constante mal-estar, uma dor de cabeça incessante.
Ela quer fugir, tem uma vontade incontrolável de fugir, mas sua fuga resume-se em dormir!
Dormindo ao menos, não há tristeza, não há angustia, não há dor!
Ela não sabe o que fazer, está desconcertada,desconcentrada, desesperada! 
Não que grite, xingue, seu desespero é com ela mesma, é interno.
Está envelheçendo e não possui nada, todas as suas amigas tem carreira constituída, família constituída e ela não tem nada.
Ela tenta progredir, mas os seus pais dizem que não é possivél pagar o cursinho, que não tem nada obrigação de arcar com as despesas, que ela não pode ficar todo dia na estrada à noite, que eles ficam preocupados...São inúmeros os motivos, as desculpas.
Ela chora, não que escorram lágrimas em seus olhos, ela chora por dentro.
Sente-se cada dia mais cansada, apesar de não fazer nada, está emocionalmente cansada.
Pensa em tomar todos os calmantes que estão em seu armário, e assim, finalmente descansar, mas e se seu plano não der certo?
Passar a humilhação de ser uma suicida fracassada?
Mais uma humilhação em sua vida?
Só iria piorar as coisas, além de ser apontada nas ruas como gorda, feia, filha adotiva, cabelo duro, acrescentar a alcunha de suicida, ela não aguentaria!
Ela tem um nó na garganta.
Hoje novamente seu pai a humilhou.
Chamou-a indiretamente de gorda, e em seu olhar e em sua voz, havia raiva.
Como sempre desde de crinança, ela não é uma princesa, porque é gorda, a filha tão sonhada, tão amada é gorda, e não merece ser amada.
Lembra com saudade da época que teve anorexia de como era feliz, bonita e amada.
Pensa no que é hoje...uma pessoa feia, disforme, rejeitada.
E chora internamente, chora!
Não quer que sintam pena dela, quer que pensem o que eles já pensam, que ela é preguiçosa, não tem força de vontade, não quer nada com a vida e tudo que eles já pensam, antes isso do que ser uma pessoa emocionalmente frágil.
Ela termina dando um longo suspiro!

Tudo Igual

Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final

Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer
 
Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais


Ela está cada dia  mais gorda e desistimulada!
A gordura sai pelos seus poros!
Apesar da academia não consegue vencer a balança!
Ela para e pensa: " O que estou fazendo da minha vida?"
Não tem nada, está no auge da juventude e não tem nada!
Vive de sonhos e ilusões!
E quando depara-se com a realidade, da-se conta de como ela é dura!
Ela não é nada, não tem nada!
Ela tenta mudar, mas, depara-se fazendo tudo como antes!
A relação com a família vai mal, muito mal!
Cada dia mais cobranças, mais exigências, críticas e mais críticas, gritos e berros!
Ela não aguenta mais!
 Tudo o que acontece é culpa dela, nas palavras do pai: "Essa casa tem três pessoas e vivemos em um inferno, tem um burro enterrado aqui! Você tem que resolver a sua vida, não pode continuar assim, eu errei, tudo foi fácil demais pra você!"
Ela pensa fácil?
Desde pequena foi vítima de preconceito, gorda, feia, filha adotiva, toda fora dos padrões, até o pai a humilhava por causa da gordura!
Recentemente ouviu de uma empregada: " A minha nora lembra do seu pai falando: Se você fosse magra, seria uma princesa! As roupas ficariam lindas em você! E ainda complementou: Ela ficava toda feliz porque ela é magra, então é uma princesa!"
Ela sente-se mal, e apesar dos 25 anos de idade, sente-se como aquela menina maltratada, humilhada por não estar no padrão, e come, come igual quando era criança, compulsivamente, escondido com medo de represálias!
Depois olha-se no espelho e o que vê refletido não lhe agrada, causa-lhe desprezo, raiva, tristeza.
As pessoas podem perguntar porque ela não muda, não faz dieta, não arruma sua vida?
Ela responde ela tenta e muito, mas não consegue!
Ela segue pela vida, desconsolada, pensando o que vai ser!